Preparamos uma lista de 5 filmes que
souberam aproveitar do recurso do reboot e dar uma nova cara a franquias
já consagradas e amadas. Leia Mais!
Uma
grande parte da indústria cinematográfica gira em torno de franquias.
Alguns dos mais icônicos personagens do cinema – Darth Vader, Gollum,
Indiana Jones, etc –estão no centro de séries lucrativas. Para os
estúdios, as franquias dão a oportunidade de usar marcas reconhecidas e
fazer mais dinheiro. Para o público, permite revisitar personagens que
conhecemos e amamos e acompanharmos a evolução de sua história.
Em
alguns casos, os cineastas são competentes o suficiente para tornar
cada sequência da franquia espetacular, como em Star Wars (trilogia
original), Senhor dos Anéis, Toy Story. Mas de vez em quando um desastre
colossal, como Batman & Robin, acontece e destrói a confiança do
público na série.
Felizmente,
para os estúdios, há um botão de reset que os permite reiniciar a
franquia de filmes e apagar os erros anteriores na tentativa de acertar,
dessa vez. Esse botão se chama REBOOT.
Vamos comemorar (ou não) esse recurso com 5 exemplos memoráveis…
5. Dredd
Peter
Travis não tinha um trabalho tão difícil assim, afinal não seria
complicado superar o juiz interpretado por Sylvester Stallone em 1995.
Não que o filme tenha sido de todo ruim, mas, tirando o visual que
seguiu fielmente o das HQ’s inglesas, Judge Dredd estava muito distante
do temido Joe Dredd aclamado pelos fãs do herói.
Karl
Urban foi presenteado com um roteiro muito bem trabalhado, mérito de
Alex Garland que conseguiu transmitir fielmente a sensação caótica que a
apocalíptica Mega City One exigia, e também teve um papel de destaque
com aclamações ao redor do mundo.
O
espaço e o tempo são explorados de forma brilhante, o filme todo é
ambientado em uma única instalação durante uma missão específica do
juiz, o que nos deixa muito mais próximos dos personagens e de seus
dilemas pessoais. O filme foi muito bem aceito pela crítica e público,
com esmagadores 78% de aprovação contra os 18% do título original.
Apesar
do sucesso, a adaptação arrecadou apenas 28 milhões de dólares, mas
deixou no ar a possibilidade de uma sequência, já que Mega City One
possui uma infinidade de histórias que podem ser exploradas no cinema.
Vale
lembrar que Dredd foi produzido pela Lionsgate Entertainment com um
orçamento bem distante de blockbusters como Vingadores e Batman, quem
sabe com uma produção um pouco melhor o filme não consiga alçar voos
mais altos.
4. Planeta dos macacos: A Origem
Quando
a Fox anunciou a sua intenção de fazer um novo filme da franquia
Planeta dos Macacos, quase todo mundo teve baixas expectativas. O
estúdio já havia tentado e não conseguiu “despertar o adormecido” com o
desastroso remake de Tim Burton. Mesmo que o filme original seja um dos
mais famosos contos de ficção científica, a série como um todo não é
muito popular, vista por muitos como uma coleção de filmes B.
Superando
o ceticismo do público, Planeta dos macacos: A Origem se tornou um dos
maiores sucessos de 2011. Recebendo elogios de críticos (82% no Rotten
Tomatoes), o reboot também foi um sucesso de bilheteria. Arrecadando
54,8 milhões de dólares na semana de estréia, o filme arrecadou 176,7
milhões nos Estados Unidos e 481.800 milhões ao redor do mundo. Seu
orçamento foi de 93 milhões de dólares.
O
diretor Rupert Wyatt surpreendeu a todos com seu emocionante conto
sci-fi sobre as consequências de brincar de Deus e tentar consertar as
coisas que estão fora de seu alcance. Foi mais um estudo dramático dos
personagens, em oposição a um espetáculo cheio de ação que estamos
acostumados a ver em filmes blockbusters. Andy Serkis, que interpretou o
protagonista Caesar através de captura de movimento, foi universalmente
elogiado por sua atuação e ainda teve uma indicação ao Oscar por
interpretar um chimpanzé de CGI. Em uma virada que nos transportou de
volta para a era do cinema mudo, Serkis foi capaz de transmitir a
essência de Caesar e conquistar o público. Até o momento da batalha
final, no Golden Gate Bridge, eu estava torcendo para os macacos.
Se
Planeta dos macacos: A Origem tem algum defeito é o fato de que os
personagens humanos não têm muita profundidade. A Fox tem uma sequência –
Dawn of the Planet of the Apes – prevista para ser lançada em maio de
2014. A segunda parte apresentará um novo elenco humano encabeçado por
nomes como Gary Oldman e Jason Clarke, mas Serkis voltará como Caesar.
“A Origem” foi capaz de esgueirar-se sob o radar e pegar as pessoas de
surpresa. “Dawn” será lançado em uma data nobre no calendário
cinematográfico e terá que conviver com as expectativas elevadas da
audiência, agora que o primeiro filme tem uma base de fãs sólida. Vai
ser interessante ver como os espectadores reagirão à sequência.
3. O Homem de Aço
Depois
da Warner Bros ter um sucesso fenomenal rebootando um certo Cavaleiro
das Trevas, o estúdio voltou sua atenção para trazer o Homem de Aço de
volta ao topo. Contratando uma equipe com Christopher Nolan, David S.
Goyer e Zack Snyder, a esperança é que o Homem de Aço possa preencher o
vazio deixado pela partida de Harry Potter e Batman.
Apesar
de uma resposta mista dos críticos (56% no Rotten Tomatoes, um número
realmente chocante), o público parece ter gostado da nova versão de
Superman. Com uma classificação de 7,9 no IMDb e 82% de aprovação do
público no Rotten Tomatoes, Man of Steel é também um dos maiores
sucessos de bilheteria do ano. Arrecadando 116 milhões de dólares no fim
de semana de estreia, a expectativa é que cerca de 700 milhões sejam
arrecadados enquanto estiver em exibição, se tornando o filme do
Superman mais bem sucedido de todos os tempos.
Homem
de Aço ganha um lugar nesta lista porque cumpre seu objetivo de contar
uma história que mistura a profundidade de Nolan com a ação de Snyder.
Usando o próprio Batman de Nolan como base, a história conta a origem de
Kal-El equilibrando drama com ação de um modo nunca visto antes em um
filme do Superman. O filme faz um ótimo trabalho em demonstrar o
turbilhão de emoções de Clark enqanto ele se esforça em ser uma criança
de dois mundos e se prepara para o seu destino de ser um salvador do
povo. Cheio de grandes momentos que se destacam (não vou estragar
qualquer um deles aqui), Man of Steel explora as origens do Superman com
uma profunda dose de auto-descoberta.
O
filme é sustentado por um elenco estelar. Henry Cavill encarna Superman
e Clark Kent, ambos muito bem representados. Russell Crowe e Kevin
Costner são excelentes como Jor-El e Jonathan Kent, respectivamente, o
primeiro trazendo uma rude e autoritária presença ao papel e o último
mostrando o espírito americano clássico, servindo como alívio entre
cenas mais sérias. No final das contas, Papai Kent só quer o for melhor
para seu filho adotivo. Amy Adams é uma excelente Lois Lane, apagando
nossas memórias de Kate Bosworth em Superman Returns. E Michael Shannon é
brilhante como General Zod, interpretando um vilão intimidador e ao
mesmo tempo simpático.
Homem
de Aço é um filme excelente que valoriza o gênero de filmes de
super-herói. Snyder trouxe Superman de volta ao lugar que merece e
muitos já estão ansiosos para a sequência.
2. Star Trek
Visto
que Star Trek: Nemesis, de 2002, foi um fracasso de crítica e público,
muitos pensaram que o icônico sci-fi, marco da cultura pop desde 1966,
havia, finalmente, chegado ao fim. Obviamente, esse não era o caso, como
a Paramount percebeu com o reboot dirigido por JJ Abrams e lançado para
o fascínio de todos em 2009. Com uma forte pontuação de 94% na Rotten
Tomatoes e 257,7 milhões de dólares arrecadados somente nos EUA, era
evidente que Star Trek, certamente, ainda teria uma vida longa e
próspera.
No
século 21, franquias de maior sucesso de público (como O Senhor dos
Anéis, O Cavaleiro das Trevas, e Casino Royale) tendem a ser mais
sombrias e sérias do que os filmes do século passado, como os
espetaculares Star Wars e os Caçadores da Arca Perdida. Como admirador
desses filmes, Abrams tentou trazer a diversão de volta aos filmes
blockbuster usando o tom de Star Wars em Star Trek. Ele foi muito bem
sucedido, já que este reboot é considerado por muitos como um dos
melhores filmes de 2009.
Em
uma estreia triunfal no gênero sci-fi, Abrams e sua equipe foram
capazes de dar nova vida a Star Trek, combinando ação emocionante com
uma grande história e fez um filme que agrada as multidões como faziam
os blockbusters da década de 80. Os novos Kirk e Spock eram personagens
bem escritos que evoluíam conforme o filme progredia e tornavam os
eventos ainda mais interessantes. Foi um grande risco reformular os
papéis da série original, mas Chris Pine e Zachary Quinto (junto com
seus colegas de elenco) estavam prontos para o desafio, tornando suas
atuações únicas. Star Trek é um grande marco do entretenimento pop que
ambos, os Trekkies mais clássicos e novos fãs curiosos (como eu), podem
desfrutar.
Abrams
acrescentou mais um capítulo de sucesso em sua série rebootada no
início deste ano com Star Trek – Além da Escuridão. Seguindo a mesma
linha do primeiro filme, a sequência teve uma agradável mistura de
estilos e fez os quatro anos de espera valerem a pena. O cineasta
permitiu que os personagens evoluíssem como pessoas e proporcionou a
ação que todo Blockbuster exige (que foi mais impactante, já que agora
nós realmente nos preocupamos com a tripulação da Enterprise). Sem
Abrams, que agora visa novos projetos trabalhando em mais uma série
amada pelo público, um novo diretor provavelmente assumirá as rédeas do
inevitável Star Trek 3. Ainda assim, Abrams deverá estar a bordo como
produtor, nos agraciando com uma terceira parte tão surpreendente como
as primeiras.
1. Batman Begins
O
filme que deu origem à mania de rebootar antigas franquias. A
excepcional releitura de Christopher Nolan sobre a origem do homem
morcego, Batman Begins tinha uma tarefa monumental, uma vez que foi
lançado em 2005. O último filme do Batman foi o desastroso Batman &
Robin de 1997, que não só destruiu a credibilidade do cavaleiro das
trevas como também a de filmes de HQ’s em geral.
Tentando
desfazer os horrores de Joel Schumacher, a Warner Bros recorreu aos
desconhecidos Christopher Nolan e Christian Bale para trazer o
personagem de volta. Mostrando confiança na visão do cineasta, a WB deu a
Nolan e sua equipe controle total sobre o projeto e nós sabemos muito
bem qual foi o resultado.
Revolucionando
o gênero de super-heróis, Nolan definiu um mundo real que se esforça
para trazer Batman o mais próximo possível de nosso mundo. Filmes de
quadrinhos que antes eram divertidos e coloridos foram transformados em
dramas pesados com um caráter reflexivo. Dando ao público um exame
psicológico de Bruce Wayne e explorando as razões pela qual ele se
tornou Batman, Nolan nos agraciou com uma das melhores histórias de
Super-heróis da história do cinema.
Com
um roteiro inteligente, que tratou de temas como o medo e a justiça,
Batman tornou-se o exemplo a ser seguido nas adaptações de HQ’s. O tom
mais escuro e ousado era perfeito para a nova encarnação de Bruce como
um indivíduo atormentado que teve de superar um grave trauma. Bale
conseguiu dar ao Sr. Wayne uma profundidade nunca antes vista nas
telonas.
As
duas continuações solidificaram a trilogia como uma das franquias mais
icônicas já vistas. Com uma forte recepção de crítica (85%, 94% e 87$ no
Rotten Tomatoes) e os números esmagadores de bilheteria (a trilogia
arrecadou um total de 2,5 bilhões de dólares) a série se tornou uma
lenda em Hollywood que deverá levar décadas até ser superada.
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